quarta-feira, 31 de janeiro de 2024
CT Nº 355 - MUSEU CASA DA HERA – VASSOURAS – RJ
O Museu Casa da Hera, também conhecido como Chácara da Hera, é um museu-casa situado no Centro da cidade de Vassouras, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. É o melhor exemplo de habitação urbana de família rica durante o apogeu das plantações de café no vale do Paraíba. É a única residência desta região que mantém o mesmo mobiliário e tratamento original de seu interior desde o século XIX.
A Casa da Hera pertenceu a Joaquim José Teixeira Leite (1812-1872), um dos mais importantes comissários de café da região e filho do barão de Itambé. Não se sabe com exatidão a data de construção da casa, mas podemos situá-la na primeira metade do século XIX (provavelmente anterior a 1836).[2] A casa passa a ser propriedade dos Teixeira Leite por volta de 1840, quando, na iminência de seu casamento (em 1843), Joaquim compra a casa para viver com sua futura esposa, Ana Esméria (Correia e Castro) Pontes França, filha do barão de Campo Belo. Joaquim José Teixeira Leite era irmão de Francisco José Teixeira Leite, barão de Vassouras.[3]
A última proprietária foi a filha de Joaquim José Teixeira Leite, a investidora financeira Eufrásia Teixeira Leite.
Em 1873, logo depois da morte dos pais, Eufrásia Teixeira Leite e a irmã partiram para viver em Paris. A irmã morreu na Europa em 1899 e Eufrásia somente retornou em meados da década de 1920, já no final da vida, para passar temporadas na residência dos falecidos pais (houve uma visita de Eufrásia ao Brasil em 1884/85, para acompanhar a candidatura de Joaquim Nabuco e visitar a família). Apesar de ficar praticamente fechada por quase cinquenta anos, a casa era conservada por dois empregados que recebiam, constantemente, instruções detalhadas da patroa residente em Paris.[4]
Eufrásia Teixeira Leite faleceu em 1930 e deixou a maior parte de seus bens como herança para entidades filantrópicas de Vassouras. A Casa da Hera foi, certamente, a menor parte de sua herança.[5]
Uma das cláusulas do testamento de Eufrásia Teixeira Leite declarava: "conservar a Chácara da Hera com tudo que nela existisse no mesmo estado de conservação, não podendo ocupar ou permitir que fosse ocupada por outros". A casa e as terras da chácara foram herdadas pelo Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus.[5]
Em 1952, o ministro de relações exteriores Raul Fernandes conseguiu que a Casa da Hera fosse tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como expressão do cotidiano de uma família rica de fazendeiros e comissários de café do século XIX.[5]
Em 1965, o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - assinou um convênio de caráter permanente com Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus. Pelo convênio, o instituto assumia a guarda e controle da Casa da Hera, que então passou a ser aberta à visitação pública.[5]
A casa ficou praticamente fechada e sem ocupantes, embora preservada por empregados, desde 1873 até ser aberta à visitação pública em 1968. Portanto, constitui-se em uma verdadeira cápsula do tempo.
Atualmente, o Museu Casa da Hera é administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM, órgão do Ministério da Cultura.
O Museu Casa da Hera tem, como missão principal, conservar, salvaguardar, pesquisar, expor, e difundir a história do século XIX no vale do Paraíba do Sul.
A Casa da Hera situa-se a cerca de 300 metros da Praça Barão de Campo Belo, no centro histórico da cidade de Vassouras. Sabe-se que a data de construção da casa é anterior a 1836, ano em que foi editada uma planta da vila de Vassouras, na qual a residência já aparecia. A casa está situada no alto de uma colina, no centro de uma grande chácara. A residência, com paredes externas cobertas de hera, está assentada sobre um baldrame de pedra. É uma construção tão antiga, que suas paredes não são de alvenaria: são de adobe e pau-a-pique.
Originalmente, as paredes externas da Casa da Hera eram caiadas em branco. Foi o caseiro Manuel da Silva Rebelo, que a guardava enquanto Eufrásia Teixeira Leite vivia em Paris, quem plantou a hera, em 1897, que cobriu suas paredes externas e que lhe dá um aspecto peculiar, além do nome atual.
A Chácara da Hera tem, hoje, 33 000 metros quadrados de área verde que incluem árvores frutíferas, um túnel de bambus (conhecido como Túnel do Amor) e palmeiras-imperiais. A área original era 240 594 metros quadrados. Em 1924, Eufrásia comprou a chácara Doutor Calvet, com 73 447 metros quadrados, que ficava ao lado da Chácara da Hera, no local onde atualmente está o Colégio Sul-fluminense de Aplicação,[5] antigo Colégio Regina Coeli. As duas propriedades formavam uma área contínua de pomares e mata que ia desde quase o centro da cidade de Vassouras até o atual bairro do Madruga.
A casa possui 69 janelas (com vidraças em guilhotina, voltadas tanto para a área verde da chácara, quanto para um pátio interno) e 22 cômodos distribuídos em 4 áreas com funções bem distintas: área social; área de estar, área íntima e área de serviço.
Os ambientes sociais são os mais ricos e decorados, destacando-se pelo papel de parede de origem francesa. Ali, estão o salão vermelho, a sala de música e a sala de jantar. Os quartos são extremamente simples e mais ainda a área de serviço, com a cozinha onde se destaca o fogão a lenha e um filtro de pedra do século XIX.
A habitação prestava-se não só a residência, mas também às atividades comerciais de seu primeiro dono. Assim, além da sala comercial, há uma alcova que hospedava clientes que moravam em fazendas distantes e não podiam retornar depois da reunião de negócios.
Como toda residência do século XIX, a casa, mesmo imensa, não possuía banheiros. Uma antiga sala destinada a atividades de costura foi transformada em instalações sanitárias para uso dos visitantes do museu, sendo esta a única alteração feita desde o século XIX.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/
Marcador: Edificações
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário