sexta-feira, 31 de maio de 2024

CT Nº 397 - LENÇOIS – BA


Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
IPHAN – 60 ANOS – MINC
Lençóis é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, é de 11 586 habitantes.
Conhecida como portal da Chapada Diamantina, Lençóis é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e possui a maior infraestrutura da região, com aeroporto, várias opções de hospedagem, alimentação e agências de turismo.[6]
Com história e cultura herdadas do garimpo, a cidade possui inúmeros casarios do século XIX, e conta com um ar cosmopolita, com a presença de turistas do mundo inteiro circulando pelas suas ruas estreitas e calçadas de paralelepípedo. 
A cidade de Lençóis é famosa por ser o principal destino turístico da Chapada Diamantina possuindo uma boa infraestrutura para atender os turistas que visitam o parque. A cidade tem, porém, outra riqueza além da deslumbrante beleza natural entorno: seu conjunto arquitetônico e paisagístico, tombado pelo Iphan, em 1973.
O patrimônio histórico e cultural de Lençóis é herança da época em que a cidade foi a maior produtora mundial de diamantes e a terceira cidade mais importante da Bahia, na segunda metade do século XIX. A riqueza da Lençóis transparecia na importação de artigos de luxo e até na instalação de um vice-consulado da França para facilitar o comércio com este país.
O povoamento da cidade teve início em 1845, com a descoberta de minas de diamante na Chapada. Desmembrada do município de Santa Isabel do Paraguaçu (atual Mucugê) com o nome de Vila de Lençóis, em 1856, foi elevada à categoria de cidade em 1864.
Foi uma época de riqueza e ostentação: nos saraus (encontros das famílias e amigos onde se ouvia música ou liam-se poesias), era comum que os participantes usassem diamantes como joias e aplicados em seus trajes. São desta fase as construções mais elaboradas da cidade, como a Capela de Nosso Senhor dos Passos. Entretanto, a descoberta de minas de diamantes na África do Sul (1865) e o esgotamento parcial dos solos da região levaram ao abandono do comércio e do garimpo por seus exploradores.
A partir de 1871 a cidade entra em crise econômica e decadência. Muitos garimpeiros mudaram-se para as faisqueiras de Salobro (Canavieiras). Outros passaram a se dedicar à lapidação de pedras preciosas, outra importante atividade de Lençóis. Há registros da existência de três destas oficinas na cidade, a mais antiga datada de 1880. A plantação de café e, mais tarde, a extração do carbonato (de mesma composição do diamante, porém menos concentrado) ajudaram a retomar, em parte, a economia local. Assim, uma nova fase de desenvolvimento ocorreu, pouco depois, com a repentina valorização do carbonato como abrasivo industrial.
O acervo arquitetônico de Lençóis é formado por cerca de 570 imóveis, basicamente, casas e sobrados da segunda metade do século XIX, construídos com diferentes técnicas onde predomina adobe e pedra. Como todo assentamento de mineração, Lençóis se desenvolveu de forma desordenada: possui uma trama irregular de ruas e ladeiras que se adaptam aos acidentes do terreno intercaladas por pequenas praças e largos. O piso de algumas ruas é constituído da própria rocha que aflora no local. O arruamento colonial surgiu a partir dos polos erguidos ao redor da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e da ponte de ligação entre os núcleos instalados em ambos os lados do rio. A construção da ponte, em 1860, ocupou a mão de obra ociosa, vítima da grande seca que assolou o sertão, entre 1859 e 1862.

Série: Centros Históricos
Marcador: Municípios Brasileiros

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