sexta-feira, 15 de março de 2024

CT Nº 371 - MUSEU PAULISTA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – MUSEU DO IPIRANGA - PINTURA HISTÓRICA: “PARTIDA DA MONÇÃO”, ÓLEO DE ALMEIDA JÚNIOR


Partida da Monção é uma pintura a óleo sobre tela, datada de 1897, do pintor e desenhista brasileiro José Ferraz de Almeida Júnior,[1] representante do naturalismo e realismo brasileiro.[2]
Atualmente, a obra faz parte do acervo do Museu Paulista (também conhecido como Museu do Ipiranga), localizado na cidade de São Paulo.[3] Suas dimensões são: 390 centímetros de altura por 640 centímetros de largura.[4]
No quadro, temos a representação dos últimos instantes que antecedem a partida de uma expedição fluvial, também chamada de monção, em uma data indeterminada entre o final do século XVIII e o início do século XIX. A cena se passa no Porto de Araritaguaba (atual Porto Feliz, no interior de São Paulo), às margens do Rio Tietê. O destino dessa expedição seria o município de Cuiabá, no Mato Grosso.[5]
A cena retratada acontece à luz do dia. Dois grupos de dezenas de personagens estão dispostos separadamente nos extremos da tela. No grupo à direita, no plano intermediário, encontramos um sacerdote em destaque (possivelmente o retrato do padre Miguel Correa Pacheco,[5] que foi um dos primeiros incentivadores da arte de Almeida Júnior[6]). Ele aparenta ter idade avançada. Usa uma batina branca na parte de cima do corpo e vestes pretas da cintura para baixo. Ao redor de seu pescoço, está disposta uma estola cor-de-rosa. Na sua mão esquerda, dobrada à frente do corpo, ele carrega um livro, para o qual volta o seu rosto, enquanto o lê. Já na sua mão direita, segura um asperge (também chamado de aspersório) dourado. Ao seu redor, ainda no mesmo plano, vemos homens, mulheres e crianças acompanhando a cerimônia.[7] Muitos de seus rostos, no entanto, não possuem feições nítidas.
Ainda do lado direito da tela, está em destaque um pequeno grupo de pessoas. Entre elas, um homem de cabelos brancos ajoelhado sobre a terra, que olha para o padre com o corpo de costas ao observador.[5] Ao mesmo tempo, uma mulher, que usa roupas escuras e um lenço claro na cabeça, carrega uma criança no colo enquanto observa, com feição atenta, o que acontece do lado oposto da tela.[7] Uma segunda criança está de pé ao seu lado, com o corpo virado para ela. Perto delas, um homem e uma mulher parecem conversar, enquanto outra criança, de pé entre eles, leva as mãos ao rosto e chora.
No lado esquerdo do quadro, num contínuo decrescente que acompanha a margem do rio, temos os “monçoeiros”.[5] A maior parte deles, já dentro de suas canoas, observa o pároco. Um homem em particular, que tem um de seus pés apoiado sobre a borda de sua canoa, parece puxar uma corda que a mantém presa à terra, indicando que está prestes partir.[8] Ainda sobre a margem, na parte intermediária, vemos um homem agachado abraçar uma criança, como em uma despedida. Ao seu lado, uma mulher de vestes cinzas e brancas observa os dois. Atrás deles, misturado em meio às demais pessoas, vemos um homem de chapéu azul e barba cheia. Ele é possivelmente um bandeirante.[7]
Enquanto isso, no primeiro plano, um homem negro com vestes simples (provavelmente um escravo) encontra-se com o tronco voltado para frente, tirando do chão uma grande caixa de madeira.[8] Seu rosto também está voltado para o sacerdote, como se o observasse.[7] Atrás dele, outro homem negro, de costas ao espectador, carrega um monte de feno.[8] Aos seus pés, vemos uma jarra de barro que está disposta entre estacas de madeira espalhadas pelo chão. Vale destacar ainda que, distribuídos entre os personagens do quadro, existem alguns cachorros.
Por fim, ao fundo da tela, vemos uma paisagem que, à direita, configura-se como uma mata ribeirinha, com folhagens cheias, de coloração verde-escura. Já à esquerda, o cenário constitui-se de um rio e um horizonte enevoado. Na parte mais alta, contornos de montanhas ao longe se destacam em meio à coloração esbranquiçada do céu.[5]
Fonte: https://pt.wikipedia.org/
Marcador: Obra de Arte

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