terça-feira, 24 de maio de 2022

CT Nº 155 – PONTE SOBRE O RIO CEARÁ


Notável melhoramento urbanístico, cobre toda a extensão do Rio Ceará (250m) e interliga Fortaleza ao municío de Caucaia, facilitando o tráfego na Costa leste da cidade.
“A Ponte José Martins Rodrigues, ou Ponte do Rio Ceará, foi inaugurada oficialmente em 11 de outubro de 1997, completando nesta quarta 20 anos de sua entrega. O equipamento, fonte de controvérsias e polêmicas desde a sua construção, trazia como objetivo principal fazer a integração física entre o litoral de Fortaleza e de Caucaia, antes separados pelo leito do Rio Ceará. Consequências de longo prazo, como a urbanização intensa e a ocupação das margens, são hoje percebidas como resultantes da intervenção que se tornou um marco da paisagem na Barra do Ceará.
A ponte leva o nome de José Martins Rodrigues, cearense defensor dos direitos humanos, e foi concluída após quatro anos de obras no mandato de Juraci Magalhães. Com cobrança de pedágio por cinco anos - encerrado em 31 de agosto de 2013 -, a construção do que viria a ser a maior ponte do Estado foi acompanhada também pela promessa de um projeto de urbanização na área da antiga Fortaleza, que nunca foi efetivado. A Barra do Ceará, hoje com 413 anos de história, faz parte do percurso de quem se desloca diariamente entre Caucaia e a Capital, e a ponte compõe a essência histórica que marca a região.
A ponte, segundo Aécio Holanda, do gabinete do secretário da Regional 1, carrega uma indispensável função para a comunidade do litoral oeste de Fortaleza. "A ponte foi muito importante para conectar a Barra do Ceará a Fortaleza e ao restante do litoral. A Prefeitura também compreende que ainda é preciso buscar a requalificação da área e dar um suporte maior à comunidade, que é vítima da violência", conta Aécio Holanda.
Alberto Lopes, proprietário de uma das mais antigas barracas de praia do entorno, afirma que a construção da ponte não trouxe tantos benefícios quanto foram prometidos. O comerciante reside na Barra há 53 anos e presenciou todo o processo de construção do equipamento, lembrando que o projeto de urbanização - para ele, o principal elemento da obra - se faz necessário ainda hoje. "Esqueceram de investir no ser humano. A ponte permitiu a urbanização desordenada e a ocupação irregular da área de mangue, além de ter desqualificado a área da praia", diz o também ativista comunitário.
O componente do movimento Barra Unida, Davi da Pompeia, atravessando o Rio Ceará, falou de como o equipamento favoreceu a cidade de Caucaia, mas deixou lacunas para a população da Barra: "Haviam 80 barcos em funcionamento aqui na praia, fazendo a travessia. Hoje, restaram apenas oito. O movimento turístico também teve perdas relevantes", conta Pompeia.”
Fonte:https://diariodonordeste.verdesmares.com.br
Série: Paisagens Cearenses
Marcador: Logradouro

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